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A PSICOPEDAGOGIA ALIADA A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR

Eliane de Sousa Silva1

 

RESUMO

As instituições de ensino nos últimos anos tem se deparado com números crescentes de alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem, e nem sempre o professor está apto a desenvolver um trabalho mais significativo com este aluno. Por isso hoje as instituições procuram ter este profissional capacitado dentro do contexto escolar para contribuir tanto com o aluno como também com o professor, pois o mesmo é capacitado para diagnosticar e buscar intervenções que visem solucionar o problema do déficit de aprendizagem. A psicopedagogia aliada à educação possibilita que a aprendizagem tenha maior êxito no processo de construção e reconstrução do conhecimento, pois a psicopedagogia está interligada em dois saberes a pedagogia e a psicologia. O objetivo desta pesquisa vem ressaltar a importância e a necessidade do profissional psicopedagogo no contexto escolar, para analisar e orientar os meios que prejudicam e favorecem a aprendizagem. Este trabalho é embasado em pesquisa bibliográfica para assim compreender e sanar dúvida sobre a função do psicopedagogo no contexto escolar e sua metodologia de cunho qualitativo para compreender questões especificas do tema abordado. Nesta pesquisa busca-se considerar as particularidades, as ações e práticas do profissional psicopedagogo dentro do contexto escolar.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Psicopedagogo. Contexto escolar.


ABSTRACT

Educational institutions in recent years has run into increasing numbers of students who exhibit difficulties in learning, and the teacher is not always able to develop more meaningful work with this student. So today the institutions seek to have this skilled professional within the school context to contribute both to the student as well as the professor, because it is able to diagnose and find interventions that aim to solve the problem of learning disabilities. The educational psychology combined with education enables learning have greater success in the process of construction and reconstruction of knowledge, because the psychology is linked in two you know the pedagogy and psychology. The objective of this research comes to emphasize the importance and necessity of professional counselor in the school context, to analyze and guide the media that undermine and promote learning. This work is based on bibliographical research to understand and address questions about the role of computers in the school context and its methodology of qualitative nature to understand subject-specific issues. This research seeks to consider the particularities, the actions and practices of the professional counselor within the school context.

Keywords: Teaching and learning. Counselor. School context

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O propósito de trabalhar esse tema A Psicopedagogia Aliada a Prática Pedagógica no Contexto Escolar é de buscar ressaltar e entender a importância da função deste profissional no contexto escolar para a melhoria da aprendizagem dos alunos que apresentam algum tipo de dificuldades e orientação aos docentes de como trabalhar com alunos que apresentam déficit de aprendizagem, é nestes casos que a contribuição do psicopedagogo é relevante, pois é capacitado para entender e compreender cada caso e assim buscar maneiras de solucionar ou minimizar este distúrbio de aprendizagem que o aluno apresenta, junto com a equipe escolar.

A realização deste trabalho tem como objetivo principal de compreender o real papel do psicopedagogo e analisar de que forma este trabalho é desenvolvido dentro do ambiente escolar, bem como entender qual a função primordial deste profissional no contexto escolar.

Desta forma busca-se uma reflexão sobre esta profissão, suas contribuições e formas de atuação bem como as possíveis intervenções para auxiliar e contribuir com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, e assim ajudar e auxiliar professores, pais e alunos.

O psicopedagogo precisa ter um olhar capaz de perceber pequenas situações que futuramente podem interferir no bom desenvolvimento do aluno, e quanto mais cedo é descoberta as causas que levem a um baixo rendimento escolar, melhores serão os resultados.

Portanto este trabalho tem o intuito de conhecer, ampliar e analisar as possíveis interversões, metodologias e adaptações no currículo escolar que o psicopedagogo pode intervir a fim de contribuir com o melhor desenvolvimento escolar de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

Este trabalho é contemplado com uma pesquisa bibliográfica trazendo em seu bojo o embasamento teórico de renomados autores que ampliam, contribui e leva a um conhecimento amplo e aprofundado sobre o tema trabalhado.

 

 

1 Aluna do Curso de Pós-graduação em Psicopedagogia: Educação Infantil e Alfabetização da Institucional MT de pós-Graduação- Polo de Sorriso. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Pós -Graduação no ano de 2016.

2 Professor Orientador de TCC do grupo IMP-Institucional MT de Pós-Graduação formado em letras.

 

A PSICOPEDAGOGIA NO AMBIENTE ESCOLAR

 

A psicopedagogia no Brasil ocorreu na década de 1970 e estudava as disfunções neurológicas, para compreender as causas dos déficits de aprendizagem, sendo que psicopedagogia vai além da junção de psicologia e pedagogia onde a mesma tem como objetivo identificar a complexidade que envolve a dificuldade de aprender, de assimilar o processo de construção do conhecimento pelo ser humano.

VISCA apud BOSSA (2000, p. 21) corrobora que a psicopedagogia se dissocia da psicologia e da pedagogia, “perfilando-se posteriormente como um conhecimento independente e complementar, possuída de um objeto de estudo, denominado de processo de aprendizagem e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios”.

Allessandrini (1996, p. 21), colabora que a Psicopedagogia estuda “o processo de aprendizagem a partir de uma contextualização teórico-prática que advém da Pedagogia e da Psicologia". E na visão de Miranda (2008, p. 22) a Psicopedagogia é, "tributária da Psicologia e da Pedagogia, respaldou diversos trabalhos multidisciplinares sobre a aprendizagem e seus desvios, assim como ações intervencionistas embasadas, principalmente, na teoria psicogenética de Jean Piaget".

Na época de 70 a psicopedagogia tinha o modelo dos médicos para descobrir que disfunções estavam ocorrendo com a criança que as impediam de aprender, depois surgem como uma importante área para trabalhar no processo educativo, auxiliando professores e diagnosticando, e assim conduzindo um processo de aprendizagem diferenciado a alunos que apresentem distúrbios ou déficit de aprendizagem.

Nesta década são inaugurados no Brasil os primeiros cursos de estudo para formar profissional psicopedagogo para ajudar crianças que apresentavam dificuldade de aprendizagem e assim juntos, escola, professores e psicopedagogo buscavam melhores resultados atendendo estes alunos que apresentavam déficit de aprendizagem, com isso buscavam inserir o conhecimento bem como o desenvolvimento de habilidades e competências.

É importante ressaltar que foi na Europa que iniciou os estudos no campo da psicopedagogia em 1946, por J. Boutonier e George Mauco, que trabalhavam na área da psicologia, psicanalise e pedagogia com a função e o objetivo de reabilitar crianças com déficit de aprendizagem e comportamentos sociais inadequados.

[...] a própria história da Psicopedagogia que surge na França diante do caos social pós-guerra. Os educadores preocupados com o grande número de alunos com dificuldades de aprendizagem inseriram uma área intermediária entre a Psicologia e a Pedagogia que foi denominada Psicopedagogia. (CHAMAT, 2004, p.17).

 

A profissão de psicopedagogo no Brasil só é possível em nível de pós-graduação, em instituições autorizadas na forma da Lei Vigente- Resolução 12/83 de 06 de outubro de 1983 que forma especialista em psicopedagogia. E regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos de pós-graduação e especialização. Sendo que este profissional pode desenvolver sua função em escolas, hospitais e empresas. No Brasil estes profissionais também tem o amparo da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABP) como elo interlocutor, auxiliando estes profissionais com palestras e congressos a fim dos mesmos estarem se reciclando e reformulando seus conhecimentos para contemplar com êxito sua função.

Mansini (2006, p. 249) corrobora que a psicopedagogia escolar nasceu de alguns problemas que crianças apresentavam e na busca de diagnosticar tais problemas ou comportamentos, surge a psicopedagogia na forma de "atendimento e orientação a crianças que apresentavam dificuldades ligadas a sua educação, mais especificamente, a sua aprendizagem, quer cognitiva, quer de comportamento social".

A dificuldade de aprendizagem é traçada por um longo caminho, a princípio surge na forma médica e posteriormente surge como forma de distúrbios educacionais, o que requeria um profissional capacitado no ambiente escolar para contribuir, diminuir e até resolver casos originados de diversas formas e fatores.

A psicopedagogia tem como função principal de humanizar o ser humano, de reabilitar, de restabelecer, e de despertar o prazer pela vida, de adquirir o conhecimento, de possibilitar a vivência harmoniosa com o outro, de descobrir as causas que levam a criança obter comportamentos sociais inadequados.

É importante ressaltar que a psicopedagogia surge como complemento para ser utilizado em conjunto com o processo de ensino e aprendizagem, onde a mesma busca compreender e resolver casos de alunos com dificuldades de aprendizagem, o porquê isto acontece e de que forma podem ser resolvidos ou amenizados.

Tais comportamentos e distúrbios podem atrapalhar de maneira significativa o desenvolvimento e a aprendizagem do mesmo, e é nestes casos que o profissional psicopedagogo vai interferir e buscar conhecer para propor meios de solucionar o problema ou a dificuldade que esta criança (aluno) está tendo, que no qual prejudica seu crescimento intelectual, afetivo, cognitivo e social.

É sabido que as causas que leva uma criança/adolescente a ter comportamentos inadequados são diversos, desde problemas familiares, bullyng, relacionamentos frustrados, preconceitos, abusos sexuais, deficiências e etc. E para ajudar estes alunos o psicopedagogo amplia conteúdos junto à prática pedagógica para concretizar a construção do conhecimento dentro do ambiente escolar, sem ferir e sem denegrir o aluno, pois é sabido que a realidade no contexto escolar não é homogênea, e todos tem sua especificidade, seu potencial e deve e precisa ser valorizado e respeitado.

Toda situação negativa mexe com o emocional, com a estrutura cognitiva da criança ou adolescente e isso faz com que se perca o entusiasmo, o interesse em aprender, em se desenvolver, é como se houvesse um muro entre esta pessoa e a sociedade, geralmente se isolam ou exerde em seus comportamentos, é nestes casos que o psicopedagogo vai atuar para devolver ou minimizar estas causas que estão impedidos este aluno a desenvolver-se de forma plena e significativa, possibilitando o retorno do seu desenvolvimento escolar e de sua sociabilidade.

A função do psicopedagogo na área da educação é de analisar, interferir, favorecer meios que o aluno consiga desenvolver sua aprendizagem, seja ela na mudança de metodologias, orientação ao professor e aos pais, encaminhamentos para outros profissionais a fim de que se resolva ou minimize o problema enfrentado por esta criança ou adolescente. Pois é um profissional capacitado e qualificado para desenvolver esta função juntamente com professores e com a família, a fim de ajudar e reiterar alunos com dificuldades de aprender e com comportamentos sociais inadequados, ressaltando que é imprescindível a participação da família, pois o trabalho que é feito na escola precisa ser continuado em casa, e quando a família se nega ou não aceita, o trabalho do psicopedagogo, da escola, infelizmente ficará comprometido e consequentemente não se obterá um resultado desejado e esperado.

Sabemos que muitos dos casos vêm decorrentes da vivência familiar e por isso que às vezes é difícil se obter resultados satisfatórios, pois muitas famílias não admitem que o “problema” é decorrente de fatores de dentro de casa, e que a criança ou adolescente leva para o ambiente escolar, gestos e situações vividas em seu cotidiano familiar, de uma forma ou de outra ele vai expressar isso, seja se isolando ou cometendo exerço ou maneiras de comportamentos alterados.

A atuação deste profissional dentro das instituições escolares é para identificar alunos que apresenta déficit de aprendizagem, e isto, sendo identificado e diagnosticado, este profissional vai trabalhar e fazer uma intervenção metodológica, a fim de que se obtenha um desempenho na aprendizagem de forma satisfatória.

Como Oliveira (2009) ressalta, “a psicopedagogia institucional se propõe, a estar atenta às inúmeras possibilidades de construção do conhecimento e valorizar o imenso universo de informações que nos circunda”. (OLIVEIRA, 2009, p. 39).

Sabemos que muitos são os fatores que podem influenciar para que o aluno tenha um rendimento escolar abaixo do esperado, e este profissional vai investigar, juntamente com a escola e a família, a saber, o que de fato acontecem ou aconteceu para que tais comportamentos estejam impedindo o aluno de ter um rendimento escolar satisfatório.

Cada vez mais as escolas se deparam com alunos com dificuldades de aprendizagem, no qual a mesma precisa solicitar a ajuda e a interferência do profissional psicopedagogo para auxiliar e ajudar os alunos a superar estas dificuldades no âmbito da aprendizagem, e assim desenvolver suas habilidades e capacidades. Estamos numa era de globalização e tecnologias em altas, em que se busca muito o ter, e isso tem distanciado as famílias, e o número de crianças com uma carência emocional tem crescido consideravelmente, refletindo no ambiente escolar.

O psicopedagogo na escola na visão de Allessandrini (1996):

O psicopedagogo pode reprogramar projetos educacionais facilitadores de uma aprendizagem mais dinâmica e significante, supervisionando programas, treinando educadores e atuando junto a profissionais de educação, ou então buscando o aprimoramento da qualidade de aprendizagem do sujeito que apresenta dificuldades escolares (ALLESSANDRINI, 1996, p. 21).

 

Na visão de (OLIVEIRA, 2007, p. 49).

Melhorar o processo de ensino e a qualidade das aprendizagens, com base em uma visão ética e social; promover aprendizagens cooperativas, em que cada aluno possa atingir seus objetivos de forma colaborativa, tendo a integração, o grupo, o trabalho em equipe como pressuposto par essa aprendizagem; promover a cooperação escola-família com base nos projetos educativos específicos; colaborar com a formação do professor; participar de equipes multidisciplinares, compartilhando ideais, procedimentos e materiais didáticos (OLIVEIRA, 2007, p. 49).

 

Dentro do contexto escolar o trabalho do psicopedagogo busca lidar com as dificuldades de aprendizagem, desde seu diagnostico e a necessidade de interversão e prevenção, para que se alcance resultados positivos e consequentemente um melhor desenvolvimento educacional. Como ressalta Bossa (1994, p. 102) que há duas formas ou níveis de prevenção que escola e o psicopedagogo precisam está atento:

 

No Primeiro nível, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a frequência dos problemas de aprendizagem. Seu trabalho incide nas questões didático-metodológicas, bem como a formação e orientação dos professores, além de fazer aconselhamentos aos pais. No segundo nível, o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagem já instaurados. Para tanto, cria-se um plano diagnostico da realidade institucional e elabora-se planos de intervenção baseados neste diagnostico, a partir do qual procura-se avaliar os currículos com os professores para que não se repitam transtorno, estamos prevenindo o aparecimento de outros.

 

 

Ainda nesta visão de prevenção FAGALI; VALE (2003) corrobora que o psicopedagogo precisa realizar uma:

- Releitura e reelaboração no desenvolvimento das programações curriculares, centrando a atenção na articulação dos aspectos afetivos - cognitivos, conforme o desenvolvimento integrado da criança e do adolescente;

- Análise mais detalhada dos conceitos, desenvolvendo atividades que ampliem as diferentes formas de trabalhar o conteúdo programático. Nesse processo busca-se de forma que o aluno atue operativamente nos diferentes níveis de escolaridade. Complementa-se esta prática o treinamento e desenvolvimento de projetos junto aos professores;

- Criação de materiais, textos e livros para o uso do próprio aluno, desenvolvendo o seu raciocínio, construindo criativamente o conhecimento, integrando afeto e cognição no diálogo com as informações (FAGALI; VALE, 2003, p. 10-11).

 

E mais, “Trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento (FAGALI; VALE, 2003, p.10).

Portanto este profissional tem um olhar mais aguçado para interferir na didática usada pelo professor e nos potenciais construtivos dos alunos, bem como a dificuldades dos mesmos, e se necessários sua interferência o mesmo vai fazer com segurança e profissionalismo a fim de ajudar este aluno alcançar melhores potenciais de desenvolvimento.

Nesta visão Souza (1995, p.58) contribui:

[...] fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.

 

Desta forma a psicopedagogia atuando no contexto escolar, possibilita um melhor desenvolvimento escolar dos alunos e auxilia o professor a lidar com algumas situações que ocorre em sala de aula, atuando na resolução de eventuais “problemas”, como também traçando meios de evitá-los, sempre com o pensamento e o intuito de levar o aluno a construção do conhecimento e do seu pleno desenvolvimento.

É sabido que a escola é uma instituição em que tem como função a formação e a construção do conhecimento do ser humano, e que através do conhecimento adquirido nesta instituição que o prepara para enfrentar os desafios e os anseios pessoais e profissionais do seu alunado na aquisição do aprendizado, competências e habilidades. É sabido também que muitos dos fracassos e destes problemas de dificuldades de aprendizagem vêm decorrentes de fatores e vivências familiares, e quando não trabalhado e diagnosticado esta dificuldade tende a se estender, agravando-se, por isso a importância da escola ter um profissional voltado a observar, avaliar e diagnosticar o comportamento e a conduta do aluno para que possa interferir e buscar soluções em conjunto com a comunidade escolar e principalmente com a família.

Como diz Bossa (1994, p.74) sobre o diagnóstico do psicopedagogo:

O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.

 

Bossa (1994, p.23), continua:

[...] cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ‘ensinagem’.

 

O trabalho do psicopedagógico deve ser em conjunto com o professor e toda equipe escolar para que se chegue a resultados satisfatórios, na busca de reeducar, de conhecer e estudar as particularidades do aluno que precisa de uma atenção e da interversão do psicopedagogo. O psicopedagogo em parceria com a família, onde esta deve e precisa estar atenta a tudo que ocorre com seus filhos.

[ ...] Dentro de uma perspectiva psicopedagógico, o trabalho com as famílias pode ser considerado fundamental e indispensável para modificar as atitudes de alguns alunos, mas, mesmo assim, esse trabalho somente se constituirá em uma das partes do diagnóstico, já que ele estará centralizado, principalmente, no conhecimento e na modificação da situação escolar. (BASSEDAS E COL 1996, p. 25).

 

A participação e acompanhamento da família nestes casos são de suma importância, pois quando se tem parceria e a ajuda da família para tratar de assuntos relacionados a dificuldades de aprendizagem, esta precisa envolver-se, para que isso não se estenda a um tempo maior, pois o quanto antes o psicopedagogo fazer sua interferência, melhor é de se obter um resultado em curto prazo e com melhor êxito.

 

O psicopedagogo pode usar como recursos a entrevista com a família; investigar o motivo da consulta; procurar a história de vida da criança realizando Anamnese; fazer contato com a escola e outros profissionais que atendam a criança; manter os pais informados do estado da criança e da intervenção que está sendo realizada; realizar encaminhamento para outros profissionais, quando necessário. RUBINSTEIN (1996, p. 45).

 

Assim a função do psicopedagogo é de avaliar, atender e identificar os problemas que estão impedindo o aluno a chegar a seu potencial de aprendizagem, pois é sabido que todos são capazes de aprender e de se desenvolver, uns com maior facilidade e outros que requerem de um auxilio maior, e de ajuda de especialista pra desenvolver suas habilidades e potencialidades.

Rubinstein (1996) corrobora:

A Psicopedagogia tem por objetivo compreender, estudar e pesquisar a aprendizagem nos aspectos relacionados com o desenvolvimento e ou problemas de aprendizagem. A aprendizagem é entendida aqui como decorrente de uma construção, de um processo, o qual implica em questionamentos, hipóteses, reformulações, enfim, implica um dinamismo. A Psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos fatores envolvidos neste processo (RUBINSTEIN, 1996, p. 127).

 

A função deste profissional dentro da instituição escolar esta voltada para os processos educativos, a construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades e capacidades, integrando conhecimentos e formas diferenciadas de aprender. Cabem ao trabalho psicopedagógico a percepção de dificuldades e os meios adequados para a intervenção.

Nesse sentido, Scoz (1994, p. 22) coloca que:


[...] os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multidimensal, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. Tanto quanto a análise, as ações sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se num movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade.

 

O âmbito da psicopedagogia vai além de simples diagnosticar aluno com dificuldade de aprendizagem, mais abrange um leque maior dentro do contexto escolar, contribuindo com o bom andamento, rendimento e crescimento escolar. Suas intervenções inclui desde orientação de pais, orientar e auxiliar professores, acompanhar e implantar novas metodologias que visem melhorar o ensino e consequentemente a aprendizagem. Neste sentido o trabalho do psicopedagogo na instituição escolar está voltado para integrar e mediar uma prática pedagógica condizente e que contemple a aprendizagem dos alunos, no diagnostico de déficit de aprendizagem e suas causas, no auxilio ao corpo docente da instituição para que todo o trabalho pedagógico venha ser satisfatório, e que o propósito e a função da escola sejam almejados que é o conhecimento.

A psicopedagogia também está presente no âmbito da saúde, na forma de campo clínico, e sua função neste campo é orientar, diagnosticar e investigar os problemas que estão afetando o aluno a aprender, o porquê, que isto esta acontecendo, e juntos com os pais, buscam esclarecer alguns fatores que prejudicam e interferem no bom desenvolvimento escolar.

O psicopedagogo não trabalha sozinho, seu trabalho é aliado à escola, professores e pais para que se chegue a resultados satisfatórios.

Neste sentido Weiss (2008, p. 142) corrobora que:

É preciso que a devolução se encerre clarificando o Modelo de Aprendizagem do paciente e de sua família junto à escola, suas facetas saudáveis e suas dificuldades, bem como as possibilidades de mudança na busca do prazer e eficiência no aprender.

 

No âmbito empresarial o psicopedagogo atua na forma de ajudar os funcionários a superar dificuldades de relacionar-se, a disciplinar e a superar frustações, é um campo de grandes desafios e que saber usar o conhecimento é imprescindível. “A capacidade de gerar novas ideias, multiplicada pela capacidade de generalizá-las por toda a empresa” (STEWART, 1998, p. 56). É uma busca incessante em superar, vencer e melhorar dias após dia, para alcançar os anseios pretendidos tanto em nível pessoal, profissional e também de satisfazer os anseios da empresa.

Como podemos observar o psicopedagogo pode atuar na área clínica, empresarial e educacional, e que este profissional em cada campo sua atuação é diferenciada, mas que em todas elas seu principal objetivo é compreender os processos de desenvolvimento, as capacidades, e as potencialidades de aprendizagem do ser humano.

O profissional psicopedagogo contribui de maneira significativa para com o processo educativo, buscando ajudar alunos com dificuldade em aprender, estimulando, desenvolvendo metodologias diferenciadas, auxiliando o professor, envolvendo-se com a realidade escolar a fim de contemplar o aluno, muitas vezes um trabalho em longo prazo, mas que vale a pena insistir, envolver e lutar para devolver a autoestima e as potencialidades que todos têm.

Muitos desses profissionais atuam nas escolas como forma de contribuir na formação docente dos professores, pois o professor bem qualificado certamente desenvolverá uma prática pedagógica melhor e consequentemente vai obter melhores resultados com seus alunos.

[...] uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo preocupado com o caráter preventivo de sua prática nessas instituições. Investigar, analisar e pôr em prática novas propostas para uma formação de educadores que os habilite a estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e com a equipe escolar apresenta-se então, como um dos mais fortes desafios ao psicopedagogo [...] (CAVICCHIA, 1996, p. 210).

 

Sobre o profissional psicopedagogo Rubinstein (2006, p.4) aponta que é importante preservar o estilo do psicopedagogo: "Cada qual, a partir de sua história de vida, encontrará a forma peculiar de pensar, agir, sentir, fazer psicopedagogia, sustentada pelos referenciais teóricos escolhidos". Ou seja, sem rotulações, todos envolvidos em sua própria essência.

O psicopedagogo dentro das instituições escolares auxilia também o professor de maneira significativa, pois o professor também enfrenta dificuldades e frustações ao exercer sua função, hoje o professor é desafiado a entrar na sala de aula, por inúmeros fatores, salários baixos, desvalorização, superlotação, escolas sem condições físicas e etc., o desgaste emocional e físico é grande, quando se depara com alunos que apresentam um déficit escolar baixo, o mesmo muitas vezes não sabe como lidar com a situação, é aí que o psicopedagogo em conjunto vai agir para que sejam sanado ou minimizado a dificuldade em aprender, viabilizando novas formas de trabalhar a metodologia, orientando o professor em sua prática pedagógica a fim de que o mesmo consiga desenvolver e si for necessário intervenção de outros profissionais como psicólogo, fonoaudiólogo e etc., o mesmo faz todo o encaminhamento para buscar meios e formas diferenciadas de trabalhar o processo educacional.

Sabemos que a escola é onde adquiri conhecimento na promoção do saber e do aprender e quando esta se depara com uma defasagem no aprendizado dos alunos, esta precisa rever o que esta acontecendo, seja com alunos ou professores, a escola tem o dever de propiciar o conhecimento. Ter um profissional dentro da instituição que saiba lidar e trabalhar com casos específicos e em conjunto com todo o corpo docente se faz necessário para melhor construir o conhecimento favorecendo a qualidade do ensino e da prática pedagógica, orientando e atuando em parceria para que a escola obtenha um ensino aprendizagem enriquecedor.

Ensinar não é apenas transmitir informações a um ouvinte. É ajudá-lo a transformar suas ideias. Para isso, é preciso conhecê-lo, escutá-lo atentamente, compreender seu ponto de vista e escolher a ajuda certa de que necessita para avançar: nem mais nem menos (CURTO, 2000, p. 68 apud MIRANDA, 2008, p. 70).

 

A intervenção do psicopedagogo tem o caráter de reconstruir processos e novas formas de ensino, valorizando o conhecimento e prática diferenciada nas formas de ensinar, aprender e avaliar, apoiando o professor e todo o corpo docente, intervindo se necessário e providenciando mudanças de estratégias no ensino afim de contribuir para que todos aprendam e se desenvolvam.

O psicopedagogo é um profissional que se põe a disposição dos outros seja em ambiente educativo, empresarial ou clínico, este está voltado para propiciar ao outro a ajuda necessária, a refletir e reconhecer suas funções, suas habilidades, fazendo um redescobrir do ser humano das capacidades cognitivas e intelectuais que todos têm em aprender e desenvolve-se.

 

 

 

2.1 METODOLOGIA

 

A metodologia utilizada neste trabalho foi de cunho qualitativo abrangendo um referencial bibliográfico na forma de consultas de artigos e livros relativos ao tema estudado e assim correlacionando teoria e prática a fim de enriquecer e aprofundar o pensamento bem como o conhecimento. Ampliar e conhecer as diversas formas de atuação do psicopedagogo no contexto escolar bem como o auxílio ao professor é enriquecedor e contextualizou de forma ampla para um melhor exercício da profissão e um olhar mais aguçado.

Como ressalta Ludke & André:

a pesquisa qualitativa tem como ambiente natural como fonte direta de dados [...] supõe o contato direto do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada [...] e as circunstâncias particulares em que um determinado objeto se insere são essenciais para que se possa entendê-lo. (1999.p. 11-12)

 

Guerreiro (2002, p.1,2) contribui:

a pesquisa bibliográfica pressupõe e ajuda a desenvolver essas habilidades, (saber. avaliar, organizar, selecionar, comparar as informações, ou seja, ler e transformar o que leu em conhecimento.), pois a busca de informações é essencial para se chegar ao conhecimento.

 

Ao realizar este trabalho pude compreender e responder as questões que impõe dúvidas a cerca do assunto abordado, usufruindo de opiniões de diversos autores para ampliar e adquirir entendimento e consequentemente o conhecimento com maior clareza. Segundo Silva & Menezes (2005, p.37).

Uma das etapas mais importantes de um projeto de pesquisa é a revisão de literatura. A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada você irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da pesquisa.

 

Ao considerar que a função do psicopedagogo no campo da educação é de extrema relevância na forma de diagnosticar, interferir, investigar e orientar alunos, professores e pais, a fim de contemplar um melhor desempenho escolar em casos de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Este trabalho contribuiu para contemplar o exercer a profissão com coerência e eficácia, para que o ato desenvolvido no processo de ensino aprendizagem seja eficaz e significativo, capaz de desenvolver as potencialidades e capacidades dos alunos com déficit de aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O trabalho do psicopedagogo é de extrema importância dentro do contexto escolar, para interferir em casos de dificuldade de aprendizagem, buscando resolver ou pelo menos minimizar as causas que leva alunos a ter um rendimento escolar abaixo do esperado. O psicopedagogo na escola auxilia não só o aluno, mas também a equipe escolar e os pais.

Sabemos que muitos dos problemas e dificuldade que o aluno traz para o ambiente escolar decorrem de traumas e vivência familiar, e que quando não resolvido à tendência é agravar tanto o comportamento inadequados como o déficit de aprendizagem. E para isso a visão de um profissional com maior capacitação em diagnosticar, orientar e avaliar cada caso no ambiente escolar leva a uma busca da solução com maior rapidez e eficácia.

O psicopedagogo na escola está comprometido em ajudar o aluno a melhorar seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e intelectual, auxiliando o professor e a escola a lidar com os problemas de dificuldade de aprendizagem tão presente em nossas escolas e que cada vez mais a escola precisa recorrer ao trabalho deste profissional.

Pois esta profissão surgiu para trabalhar com estes alunos que apresentam uma maior dificuldade de aprender, onde o psicopedagogo vai avaliar de perto as reais necessidades e interferência que precisa ser feitas nos casos observados e avaliados. Se o mesmo observar que o aluno necessita de auxilio de outros profissionais o mesmo vai providenciar junto com a escola a participação desses outros profissionais pra que se chegue a uma resolução ou pelo menos a uma diminuição no quadro que impede a aprendizagem do aluno.

Todo ser humano é dotado de capacidades e potencialidades, portanto todos são capazes de aprender, e que, infelizmente a realidade de nossas crianças (aluno) nem sempre são as melhores, o que acarretam problemas psicológicos e emocionais, que dependendo das situações acarretam danos na vida escolar, familiar e social.

Este profissional busca devolver a autoestima, o prazer e o sentido da vida, o progresso da vida, do crescimento intelectual e social, de oportunizar esses alunos a olhar para um futuro com anseios, sonhos, desejos de ir além, de vencer, de alçar voos, de imergir no mundo através do conhecimento.

 

REFERÊNCIAS

 

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BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.

CAVICCHIA, D.C. Psicopedagogia na Instituição educativa: a creche e a pré-escola. In: SISTO (Org.). A atuação psicopedagógica escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

CHAMAT, Leila Sara José. Técnicas de diagnóstico psicopedagógico. Diagnóstico Clínico na Abordagem Interacionista. São Paulo, Vetor, 2004.

FAGALI, E.Q.; VALE, Z.D.R. Psicopedagogia Institucional aplicada: aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003

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